China: Autoridades devem libertar o jornalista independente Huang Qi

Aug 23, 2023

Hoje, 28 de novembro de 2022, completam-se seis anos desde que as autoridades chinesas prenderam o jornalista independente Huang Qi em Chengdu, China. Antes da sua detenção, Huang Qi – um jornalista respeitado e duas vezes galardoado com o Prémio Repórteres Sem Fronteiras para a Liberdade de Imprensa – tinha relatado numerosos abusos dos direitos humanos no seu website 64 Tianwang. Em Abril de 2018, o Grupo de Trabalho das Nações Unidas sobre Detenção Arbitrária (WGAD) citou alegações de tortura e confissão forçada, concluindo que a sua detenção em curso era arbitrária. Em Dezembro desse ano, um grupo de quatro peritos em direitos humanos da ONU manifestou grande preocupação com a deterioração da sua saúde. Em Julho de 2019, num julgamento secreto, o Tribunal Popular Intermédio de Mianyang, na província de Sichuan, condenou Huang Qi a 12 anos de prisão por “divulgar segredos de Estado” e “fornecer segredos de Estado ao estrangeiro”. A saúde de Huang Qi na prisão continua péssima, pois ele sofre de uma série de doenças graves.

Desde a sua sentença, os seus advogados e familiares tiveram repetidamente negados pedidos para se encontrarem pessoalmente com ele. A sua mãe idosa, Pu Wenqing, que tem quase 90 anos e sofre de cancro, também tem sido mantida sob vigilância desde a prisão do filho.

Michael Caster, gerente do programa digital da Ásia da ARTIGO 19, disse:

“A contínua prisão arbitrária e maus-tratos de Huang Qi, a desagradável negação de visitas familiares e o assédio à sua mãe idosa são atos de crueldade de um sistema que só sabe como aterrorizar aqueles que são corajosos o suficiente para falar livremente e compartilhar informações.”

“Durante seis anos, o governo chinês tem punido Huang Qi e aqueles que lhe são próximos pelo seu compromisso com a liberdade de expressão. A China é um país onde jornalistas e outros defensores dos direitos humanos são rotineiramente sujeitos a abusos e onde lhes é negada assistência médica, o que resultou na morte sob custódia do escritor vencedor do Prémio Nobel, Liu Xiaobo. Não se deve permitir que a China contribua para estas estatísticas terríveis. Huang Qi deve ser liberado imediatamente e receber atenção médica. A vigilância e o assédio à sua família devem acabar.'

Para maiores informações

Michael Caster, gerente do programa digital da Ásia, [email protegido]