Este Elite Running Camp na Toscana é um sonho

Aug 06, 2023

Na aldeia rural italiana de San Rocco a Pilli, sete corredores de topo prepararam-se para o Campeonato Mundial de Atletismo enquanto viviam numa villa do século XVIII. Bem-vindo ao acampamento Toscana.

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Yohanes Chiappinelli, 26 anos, está sentado em um banco de madeira ao lado de outros cinco corredores internacionais dentro de uma pequena igreja no interior. Uma suave luz laranja brilha do lado de fora da entrada nesta noite de terça-feira na Toscana. O maratonista italiano nascido na Etiópia, atualmente o quarto mais rápido do país, está vestido com jeans, moletom cinza e tênis de corrida. Ele espera silenciosamente durante a hora dourada enquanto um padre acende velas no altar. Esses atletas estão aqui para uma bênção 11 dias antes do início do Campeonato Mundial de Atletismo.

O técnico italiano Giuseppe Giambrone gosta que seus corredores sejam abençoados antes de competições importantes. Ele é um homem tão religioso que faz o sinal da cruz para reconhecer a presença de Deus várias vezes ao dia, especialmente quando passa de carro por uma igreja. Certa vez, Giambrone trouxe alguns de seus atletas a Roma, onde conheceram o Papa Francisco durante um serviço religioso privado.

Três dúzias de pessoas entram para a cerimônia. A mão de Giambrone treme enquanto ele segura um pedaço de papel rabiscado com tinta azul e começa a ler em voz alta. “Ai ragazzi che parteciperanno ai mondiali di atletica leggera a Budapest…” (Aos meninos que participarão do Campeonato Mundial de Atletismo em Budapeste) Estou muito orgulhoso de vocês. Gostaria de fazer uma oração na esperança de que eles possam ter uma grande corrida e serem vitoriosos.” Lágrimas escorrem por seu rosto enquanto todos batem palmas.

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Os atletas a que ele se refere – Oscar Chelimo, do Uganda, Egide Ntakarutimana, do Burundi, Francine Niyomukunzi, Onesphore Nzikwinkunda, Olivier Irabaruta, Amin Mohamed Jhinaoui da Tunísia e Chiappinelli – são corredores de longa distância profissionais de topo que vivem a tempo inteiro no coração da Toscana. Há vários meses, eles se preparam para competir em diversas provas, que vão da corrida com obstáculos de 3.000 metros à maratona, na 19ª edição do Campeonato Mundial de Atletismo, que acontece a partir de 19 de agosto e termina no domingo. , 27 de agosto.

O ambiente em que vivem é repleto de colinas exuberantes e estradas brancas não pavimentadas feitas de calcário triturado (conhecidas como strade bianche) que serpenteiam em torno de campos de girassóis, vinhedos de Sangiovese, prados e igrejas medievais.

Venha correr e encontrará uma dezena de percursos que ultrapassam a distância de uma meia maratona, uma flutuação de caminhos planos e declives acentuados, por vezes lisos ou então rochosos. O terreno é “bom para a propriocepção”, diz Giambrone. Em outras palavras, é uma experiência sensorial que promove a consciência corporal. Para trabalhos de velocidade, os atletas treinam em pista de terra próxima ou em versão sintética em Siena, a 20 minutos de carro.

No campo, há pouco mais para fazer além de comer, dormir e correr – típico dos campos de treinamento de elite. Mas ao contrário de outros campos de elite, que muitas vezes estão localizados a uma altitude superior a 5.000 pés e se concentram mais no aperfeiçoamento da biomecânica e na melhoria do desempenho individual na corrida, o Tuscany Camp é um casamento de treinamento especializado em um ambiente que promove a camaradagem tanto quanto o treinamento e recuperação.

Embora a elevação em San Rocco dificilmente chegue a 250 metros, um dos motivos pelos quais Giambrone fundou o Acampamento Toscano nesta região se deve às suas condições ambientais. As temperaturas do verão costumam ultrapassar 100 graus Fahrenheit em San Rocco, o que é cruel, embora vantajoso para o corpo. A pesquisa sugere que o treinamento térmico pode oferecer benefícios de correr em grandes altitudes.

A qualquer momento, o Tuscany Camp recebe atletas de elite de todo o mundo. Nos últimos anos, isso incluiu o velocista campeão olímpico sul-africano Caster Semenya, a equipe olímpica chinesa e corredores de alto nível do Japão. No início deste ano, vários corredores da Equipa Mundial de Atletas Refugiados de Atletismo – composta por atletas que fugiram de conflitos, violência e injustiça nos seus países de origem – usaram o Tuscany Camp como base de treino durante dois meses em preparação para as competições.